18. Quelônios


Rubens Da Rocha Portal, Benedito Brasil Cardoso, Kelly Bonach
Conservação da tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) no Arquipélago de Camaleões, Pará, Brasil


Rosana Darrigo
Manejo e conservação de quelônios no Rio Purus


Jasmín Diomar Ruíz Pezo, JosÉ Hernana Flores Martinez
Plan piloto de incubacion de Podocnemis unifilis "taricaya en playa artificial de la comunidad de mishana zona reservada allpahuayo mishana. Río Nanay, Loreto- Perú, año 2002


José Hernán Flores M., Jasmín Diomar Ruiz P.
Plan piloto repoblamiento de quelonios acuáticos de la especie Podocnemis unifilis “taricaya”, en territorio kandozi -cuenca pastaza, Loreto –Perú, periodo 2004 - 2005


Anders Jensen Schmidt, Maurício Arantes De Oliveira
Predação de tartarugas-marinhas por caranguejos-grauçá na Ilha de Comandatuba-BA


Maurício Arantes De Oliveira, Anders Jensen Schmidt
Predação de tartarugas-marinhas por mamíferos na ilha de Comandatuba-BA











Rubens Da Rocha Portal, Benedito Brasil Cardoso, Kelly Bonach
Conservação da tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) no Arquipélago de Camaleões, Pará, Brasil

Resumo:
Frente à intensa predação da tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) na região do Arquipélago dos Camaleões (delta do canal da Ilha do Marajó, Afuá, Pará), em 1984 foi iniciado o trabalho de preservação da espécie, conhecido por Projeto Quelônios da Amazônia (IBAMA). Durante a estação de nidificação, as tartarugas migram dos rios e lagos próximos até aos bancos de areia, que ficam aflorados na maré baixa. Pela influência das marés e dinâmica dos rios, o ambiente de nidificação da tartaruga fica anualmente comprometido. Este Projeto tem executado ações no intuito de salvar os ovos da influência da inundação. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o programa de conservação da espécie no Arquipélago dos Camaleões no período de 1984 a 2005. Anualmente, as áreas de alimentação e postura da tartaruga são monitoradas, impedindo práticas predatórias de captura. Um cercado de madeira é construído, contendo uma coluna de areia de 1,5 m de altura, em área alta e protegida. Antes da chegada da maré, os ovos são coletados e acondicionados em caixas de isopor e imediatamente transportados para o referido cercado. A partir de 52 dias de incubação, os ninhos são abertos para a retirada dos filhotes. No período estudado, foram protegidas 3069 matrizes. De 2004 a 2005, houve um aumento de 63% no número de matrizes protegidas. Em relação a 1985, o aumento foi de 900%. O tamanho médio da ninhada foi de 97 ovos, que veio decrescendo (1985: 112 ovos; 2005: 87,14 ovos). O período de incubação médio foi de 52 dias (35, 63 e 2% dos ninhos eclodiram com, respectivamente, 48, 55 e 40 dias). Com relação à produção de filhotes, foi devolvido à natureza um total de 206.972 filhotes. De 1985 a 2005, houve incremento de 937% da quantidade de filhotes produzidos. A taxa de eclosão variou de 40,91% (2002) a 94,10% (1989). Apesar de todas as dificuldades de ordem ambiental, humana e logística, o Projeto Quelônios tem sido bem sucedido frente ao incremento de matrizes protegidas e filhotes produzidos, cada vez mais ascendente, como também pela geração de informações sobre a biologia reprodutiva da espécie na região.




Rosana Darrigo
Manejo e conservação de quelônios no Rio Purus

Resumo:
No âmbito do Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), apresentamos atividades e resultados obtidos pelo PQA/AC junto as comunidades ribeirinhas do rio Purus do trecho de Rio Branco/AC a Lábrea/AM, onde é grande a incidência de caça e coleta de ovos de quelônios. As atividades de manejo e proteção são realizadas em parceria com essas comunidades fruto de um trabalho continuado de educação ambiental e capacitação de fiscais de praia, sendo esses agentes fundamentais para o desenvolvimento do projeto. As atividades realizadas em parceria e com orientação dos servidores do IBAMA são: 1- Seleção dos tabuleiros pelos seguintes critérios: freqüência de desovas e proximidade de moradores dispostos a cooperar ; 2 - Limpeza dos tabuleiros - retirada de acúmulo de troncos e galhos que se acumulam nas praias no início da seca; 3- Marcação e monitoramento das covas, identificação da espécie que realizou a desova e a data da postura - a forma de marcação discreta a critério do fiscal de praia para proteção de caçadores e coletores; 4 -Deslocamento de covas muito próximas da lâmina d\'água; 5 - Contagem de eclosões. Os resultados obtidos são: série de dados continuados do ano de 2000 a 2005 sobre o tempo de incubação das três espécies monitoradas, a saber; 58 a 80 dias para o tracajá (Podocnemis unifilis); 55 a 65 dias para tartaruga (Podocnemis expansa) e 64 a 85 dias para iaça (Podocnemis sextuberculata). A equipe vem contabilizando um número crescente de eclosões dos filhotes monitorados, e, ainda que não exista uma metodologia de marcação de indivíduos eclodidos para verificação do retorno dos mesmos ou um tratamento estatístico dos dados, podese inferir que como atividade de educação ambiental e estratégia para proteção das referidas espécies o projeto esta no caminho certo.




Jasmín Diomar Ruíz Pezo, JosÉ Hernana Flores Martinez
Plan piloto de incubacion de Podocnemis unifilis "taricaya en playa artificial de la comunidad de mishana zona reservada allpahuayo mishana. Río Nanay, Loreto- Perú, año 2002

Resumen:
En la Amazonía Peruana, los quelonios acuáticos fueron abundantes en décadas pasadas y actualmente son objeto de una presión humana intensa, siendo una de ellas la taricaya Podocnemis unifilisla cual esta amenazada de extinción para el Perú, y a la vez es un recurso natural de gran potencial científico y relevancia económica ya que su recolección (huevos) y posterior comercialización (crías, juveniles y adultos) aporta a las familias ingresos económicos y una fuente de proteínas. Actualmente existe una única población estable en la Reserva Nacional Pacaya Samiria gracias al programa de conservación implementado desde hace dos décadas, mediante trabajos sobre incubación de huevos en playas artificiales con participación comunitaria de la población de la periferia; este manejo viene dando resultados positivos. La Zona Reservada Allpahuayo Mishana, unidad de conservación de Loreto, alberga una biodiversidad de fauna y flora; en donde el hombre asentado en ella siempre ha dependido del aprovechamiento de los recursos naturales en forma desorganizada y no planificada, hasta el hecho de poner en riesgo la supervivencia de muchas especies en esta zona. Por tal motivo, en el año 2002 se presentó el Proyecto Piloto de Repoblamiento de Quelonios Acuáticos en esta Área Protegidas, en el cual se involucró a 14 personas de las comunidades de la cuenca nanay, quienes luego de capacitarse desarrollaron el Plan Piloto mediante la construcción de una Playa artificial en la comunidad de Mishana, en donde se incubaron 40 nidadas naturales obtenidas de la playas naturales Cumaceba, Mauca y Pinedo de la cuenca Pacaya de la Reserva, estas nidadas contenieron 1271 huevos, los cuales luego de la incubación se obtuvieron 584 crías vivas (41,14% de eclosión) que fueron liberadas en la cocha Tornillo (524) y 60 en estanques piscícolas de la comunidades de San Martín y Mishana.




José Hernán Flores M., Jasmín Diomar Ruiz P.
Plan piloto repoblamiento de quelonios acuáticos de la especie Podocnemis unifilis “taricaya”, en territorio kandozi -cuenca pastaza, Loreto –Perú, periodo 2004 - 2005

Resumen:
La especie Podocnemis unifilis, es un recurso natural de importancia socio económica para el poblador amazónico ya que la recolección y comercialización de sus huevos, aporta ingresos económicos y una fuente protéica en la dieta alimenticia. En décadas pasadas fue muy abundante y debido a la sobre explotación ha reducido su población, Actualmente está protegida por el Estado Peruano. El Abanico del Pastaza, es el abanico deposicional más grande de la amazonía y su diversidad es poco conocida pese a los estudios realizados; las comunidades ribereñas de su ámbito dependen de su diversidad y abundancia biológica. Es así que las comunidades Kandozis conscientes de la problemática, contribuyeron con su conservación ejecutando un Plan Piloto de Manejo en los años 2004 – 2005. En este período se involucraron en el proceso de repoblamiento, desarrollando sus actividades normalmente. En el 2004 se recolectó 71 nidos (2,145 huevos) que fueron sembrados en 03 playas: Musa Karusha 30 nidos (914 huevos); Puerto Belén 11 nidos (314 huevos) y Charapacocha 30 nidos (917 huevos). Produciendo 906 (42.2%) crías vivas, 289 (13.5%) crías muertas y 950 (44.3%) huevos no embrionados. En el 2005 se recolectó 115 nidos (3,625 huevos) que se sembraron en 09 playas: Musa Karusha 23 nidos (733 huevos); Nuevo Unión 30 nidos (936 huevos); Huambracocha 17 nidos (545 huevos); Puerto Angara 6 nidos (204 huevos); Domingococha 8 nidos (241 huevos); Puerto Belén 7 nidos (237 huevos); Ihuaquicocha 11 nidos (332 huevos); Puerto Requena 7 nidos (217 huevos) y Puerto Unguri 6 nidos (180 huevos); produciendo 2,372 (65,4%) crías vivas, 536 (14,8%) crías muertas y 717 (19,8%) huevos no embrionados.




Anders Jensen Schmidt, Maurício Arantes De Oliveira
Predação de tartarugas-marinhas por caranguejos-grauçá na Ilha de Comandatuba-BA

Resumo:
O objetivo do presente trabalho foi estudar a predação de filhotes de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) pelo caranguejo-grauçá (Ocypode quadrata) na praia da Ilha de Comandatuba, Una/Canavieiras, BA. Durante a temporada reprodutiva de 2003-2004, 15 ninhos de tartarugas marinhas foram marcados e acompanhados até a eclosão dos filhotes, quando então iniciou-se um monitoramento noturno intensivo, de duas em duas horas, até a emersão dos filhotes da areia. Após a entrada dos filhotes na água, caranguejosgrauçá em processo de predação foram procurados com o auxílio de uma lanterna. Os locais dos flagrantes foram marcados com talas numeradas, sendo medida, posteriormente, a distância até o ninho. Os caranguejos foram capturados para biometria e identificação do sexo e os filhotes predados foram analisados para identificação das partes do corpo atacadas. O número total da prole foi estimado através da contagem das cascas dos ovos presentes no ninho. Aproximadamente 2% dos filhotes nascidos foram predados por caranguejos-grauçá. Um total de 33 flagrantes de predação foi registrado, sendo que em 49% dos casos os filhotes já estavam mortos quando encontrados e 51% dos ferimentos situavam-se na região do pescoço, região mais vulnerável. A maior parte dos flagrantes (39%) foi registrada entre 2-4m de distância do ninho, em zonas de restinga e logo acima da linha de preamar, onde a vegetação pioneira e detritos dificultam a locomoção dos filhotes, e onde concentram-se os caranguejos de maior porte. A distribuição de freqüências de classes de comprimento dos caranguejos-grauçá apresentaram uma moda na classe entre 3-3,5cm de comprimento. 46% dos flagrantes envolveram caranguejos machos, 15% fêmeas e 39% não tiveram o sexo identificado. Cercas que impedem a predação por caranguejos-grauçá possuem o inconveniente de impedir a livre emersão dos filhotes de tartarugamarinha, podendo causar estresse e desgaste dos mesmos. Os prejuízos deste manejo nãocompensam o aumento da prole pela exclusão da predação. É importante, no entanto, que projetos de conservação levem em conta tal perda natural ao avaliarem a sua efetiva contribuição para a conservação da espécie no que se refere à quantidade de filhotes de tartarugas marinhas que chegam ao mar.



Maurício Arantes De Oliveira, Anders Jensen Schmidt
Predação de tartarugas-marinhas por mamíferos na ilha de Comandatuba-BA

Resumo:
O presente trabalho teve por objetivo acompanhar e quantificar a predação de ovos e filhotes de Tartaruga-Cabeçuda (Caretta caretta), Tartaruga-de-Pente (Eretmochelys imbricata) e Tartaruga-Oliva (Lepidochelys olivacea) por mamíferos na Ilha de Comandatuba, Una/Canavieiras, BA, durante as temporadas reprodutivas de 2003/2004 e 2004/2005. Em 2003/2004 os ninhos não foram protegidos contra a predação. Em 2004/2005 foram utilizadas telas metálicas do tipo "alambrado" de 1m2 (6cm de malha), enterradas horizontalmente sobre os ninhos na areia da praia para evitar a predação. Foram realizadas visitas diárias aos ninhos durante os cinco primeiros dias e nos 10 últimos dias de incubação. Na segunda temporada, adicionalmente, registrou-se vestígios da passagem de mamíferos sobre as áreas dos ninhos. Na temporada de 2003/2004 registrou-se uma taxa de predação de 32%, de um total de 66 ninhos. Dos 21 ninhos predados, 66% foram por cachorros-do-mato (Dusicyon thous), 24% por cães (Canis familiaris) e 10% não identificados. Na temporada seguinte (2004/2005), a taxa de predação caiu para 15% de um total de 47 ninhos. Assim, partindo da premissa que a pressão de predação foi igual nas duas temporadas, as telas metálicas mostraram-se eficientes. Do total de 7 ninhos predados, 86% foram por cachorros-domato e 14% por cães domésticos. Analisando os monitoramentos diários, o teste Qui-quadrado revelou que a proporção de ninhos de tartarugas-marinhas com ocorrências de rastros de mamíferos é significativamente maior no início e no final do período de incubação(Qui-quadrado = 8,82, gl = 3, p = 5%). Tal fato pode estar ligado à liberação de odores após a postura e após a eclosão dos filhotes. A maior parte dos vestígios de visitas a ninhos consistiram em rastros, marcações com urina, escavações e tentativas de remoção das telas. Os ataques desencadearam um processo de predação por outros organismos atraídos pelo odor dos ovos e filhotes, tais como caranguejos-grauçá (Ocypode quadrata), formigas, larvas de insetos e moscas. A principal dieta do cachorro-do-mato inclui recursos da vegetação terrestre. Assim, impactos sobre este ambiente podem implicar na redução de seus recursos alimentares e aumentar a taxa de predação de ninhos de tartarugas marinhas, afetando a conservação destas espécies.